MPAL pede condenação de quase 78 anos para influenciador digital acusado de liderar esquema milionário

17/06/2025 15:34 | Texto de:


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O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) solicitou uma pena de 77 anos e cinco meses de prisão para o influenciador digital Kel Ferreti, apontado como chefe de uma rede criminosa envolvida em fraudes complexas, operação de jogos de azar online, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. A ação penal, apresentada em 9 de junho pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), é um desdobramento da Operação Trapaça.

A investigação teve início a partir do cassino virtual "Fortune Tiger", amplamente conhecido como "jogo do tigrinho", que foi promovido por diversos influenciadores digitais. No total, oito indivíduos foram denunciados e podem enfrentar sentenças que, somadas, chegam a 254,7 anos de reclusão.

De acordo com a denúncia do Gaesf, a organização era comandada por Kel Ferreti, um ex-policial militar que exibia uma vida de luxo nas redes sociais. Ele promovia links e grupos de apostas, além de participar de rifas supostamente adulteradas com o auxílio de outros influenciadores também denunciados.

A acusação detalha a manipulação de sorteios divulgados nas mídias sociais, com evidências de que os resultados eram fraudados para beneficiar membros do grupo. "Essa prática, além de ser ilegal, evidencia o caráter enganoso das atividades desses criminosos, que se valiam da falsa promessa de prêmios para atrair vítimas e dar uma falsa legitimidade ao esquema ilícito", declarou o promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter.

Entre os indivíduos denunciados estão o proprietário formal de veículos de luxo utilizados pelo suposto líder, sua esposa — que também estava envolvida na divulgação de jogos e rifas — e um sócio em uma das empresas sob investigação. A denúncia também inclui indícios de fraudes bancárias e o uso de "laranjas" para esconder bens, como veículos registrados em nome de terceiros, mas que eram ostentados nas redes sociais dos investigados.

Para Kel Ferreti, a pena proposta ultrapassa os 77 anos. As sentenças acumuladas dos outros sete denunciados totalizam 177 anos e dois meses de reclusão.

"Com mais esta denúncia apresentada pelo Gaesf, o Ministério Público de Alagoas reafirma seu compromisso com a luta contra a criminalidade organizada, a lavagem de dinheiro, a manipulação de rifas e a defesa da ordem econômica e social", enfatizou o promotor Cyro Blatter.

Entenda a Operação TrapaçaLançada em dezembro do ano passado, a Operação Trapaça recebeu esse nome em alusão ao engano aplicado às vítimas, que eram atraídas por promessas ilusórias de enriquecimento por meio de apostas online.