Ufal pode paralisar atividades em setembro por falta de recursos: “Estamos no limite da sobrevivência”, alerta reitor

14/05/2025 16:19 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Assessoria



A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) atravessa uma das maiores crises financeiras de sua história, com risco de paralisar suas atividades a partir de setembro de 2025, caso não haja um reforço orçamentário por parte do governo federal. O alerta foi feito pelo reitor da instituição, Josealdo Tonholo, durante uma reunião com servidores, estudantes e representantes de entidades sindicais nesta terça-feira (13).

De acordo com a reitoria, o orçamento discricionário da universidade caiu de R$ 104,3 milhões para R$ 103,9 milhões, representando uma redução nominal de 0,38% e uma perda real de 5%, considerando a inflação. Além disso, os decretos federais nº 12.416 e 12.448 estabeleceram uma restrição no uso mensal dos recursos, limitando-o a apenas 1/18 do total (aproximadamente R$ 4,4 milhões). Esse valor é insuficiente para cobrir os custos mensais da Ufal, que somam cerca de R$ 6 milhões.

"Estamos no limite da sobrevivência. Já cortamos tudo que era possível cortar. Sem reforço financeiro, a previsão de colapso é setembro", declarou Jarman Aderico, pró-reitor de Gestão Institucional.

Desde 2022, a Ufal implementou uma série de cortes para tentar contornar a crise, incluindo a suspensão de concursos para docentes, a redução de 20% no contrato de limpeza, a extinção do contrato de jardinagem (substituído por MEIs), a reestruturação da segurança e manutenção predial e o fim da concessão de diárias e passagens.

Apesar das dificuldades financeiras, a área de assistência estudantil tem sido preservada, garantindo o funcionamento dos restaurantes universitários, bolsas acadêmicas e residências estudantis. Contudo, não há recursos disponíveis para reformas de infraestrutura, melhorias em acessibilidade ou para a continuidade de obras paralisadas.

A universidade enfrenta também um déficit superior a R$ 15 milhões, incluindo passivos de anos anteriores. Em 2024, o rombo já alcançava R$ 9,4 milhões.

Com o objetivo de mobilizar apoio à causa, a reitoria tem promovido reuniões com a comunidade acadêmica. Na próxima quinta-feira (15), uma nova apresentação dos dados será feita aos estudantes.

"A Ufal continua resistindo, mas grita por socorro. O tempo está se esgotando e, com ele, o direito de milhares de alagoanos ao ensino superior gratuito e de qualidade", concluiu o reitor Josealdo Tonholo.