Pais de "profeta" mirim podem perder guarda se desrespeitarem decisão judicial de proteção
02/05/2025 08:55 | Texto de:

Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução

O Conselho Tutelar de Carapicuíba (SP) emitiu uma advertência aos pais de Miguel Oliveira, o pastor adolescente de 15 anos que ganhou notoriedade nas redes sociais como "profeta". A medida foi tomada após o jovem se tornar alvo de intensos ataques e ameaças online, culminando na proibição de gravar vídeos durante os cultos religiosos.
Em uma reunião realizada na terça-feira (29/4), conselheiros tutelares expressaram profunda preocupação com a exposição midiática do adolescente. Embora reconheçam o direito de Miguel de exercer sua fé e continuar pregando em igrejas, enfatizaram a necessidade urgente de proteger sua imagem por tempo indeterminado, visando seu bem-estar emocional e psicológico.
A intervenção do Conselho Tutelar ocorreu após o recebimento de uma denúncia de possível exploração religiosa. O encontro com a família contou com o apoio de neuropsicólogos, que forneceram orientações cruciais sobre os cuidados necessários com o adolescente, que tem sido alvo de críticas severas e apelidos pejorativos como "anticristo" nas redes sociais.
A situação de Miguel Oliveira ganhou grande repercussão devido ao seu expressivo número de seguidores online, ultrapassando a marca de 1 milhão. Essa visibilidade o tornou um alvo de acusações de charlatanismo e de uma onda de agressões virtuais.
Diante da gravidade da situação, o Conselho Tutelar e o Ministério Público de São Paulo estão atuando em conjunto para investigar as agressões psicológicas sofridas pelo jovem desde que seus vídeos viralizaram. As instituições colaboram na definição de medidas legais para garantir a proteção integral de Miguel.
Em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, a assessoria de Miguel Oliveira classificou as ameaças como “absurdas” e informou que, em resposta à situação, a família tomou a decisão de interromper qualquer interação com a mídia.
O Conselho Tutelar foi enfático ao alertar os pais de Miguel que o descumprimento das orientações de proteção poderá acarretar em sanções legais, incluindo a possibilidade de afastamento do filho. A prioridade das autoridades é garantir a segurança e o bem-estar do adolescente diante da intensa pressão e hostilidade online.