MPAL pede prisão preventiva de dono de bar suspeito de dopar e estuprar mulheres em Murici
24/05/2025 10:41 | Texto de:

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O Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça de Murici, emitiu parecer favorável ao pedido de prisão preventiva do dono de um bar suspeito de dopar e estuprar mulheres em seu estabelecimento, gravando os abusos em vídeo. O MPAL considera a medida essencial para "garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal".
Segundo a promotora de Justiça Ilda Regina, o acusado, nos vídeos, faz menção à sua virilidade apesar da idade, em cenas que a promotora classifica como "inaceitáveis, imorais e reprováveis", dada a exposição dos corpos das vítimas, que estavam sedadas e incapazes de oferecer qualquer resistência. Ela ressalta que as mulheres estão psicologicamente abaladas, com prejuízos como a perda de emprego, e defende que o homem seja responsabilizado por todos os crimes, além do estupro.
As investigações policiais revelaram que o homem utilizava o bar como uma "armadilha", atraindo mulheres e oferecendo-lhes bebidas que, possivelmente, continham substâncias para deixá-las inconscientes. Após os estupros, ele gravava os atos e compartilhava as imagens com amigos em diversos estados do país.
"Em uma das situações, as vítimas foram até o bar do acusado por confiança, uma vez que era conhecido, inclusive tendo parentesco com a ex-cunhada de uma delas. Agindo de forma premeditada, o que restou comprovado através das diversas filmagens de teor semelhante, o acusado teria dopado outras mulheres e arrastado-as para dentro de sua residência até a cama, onde filmou cenas de sexo sem que as mesmas tivessem conhecimento pois estavam sedadas", detalha a promotora Ilda Regina. Ela acrescenta que, na residência acoplada ao bar, a polícia encontrou diversos frascos de medicamentos ansiolíticos, "provavelmente utilizados para tal finalidade".
As vítimas só tomaram conhecimento dos abusos dias depois, quando pessoas que receberam os vídeos do acusado as informaram e enviaram as provas. Foi então que elas procuraram a delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência.
Durante a operação, os policiais apreenderam quatro frascos de clonazepam, dois pen drives, um celular e dois leitores de cartão de memória.
"Além de cometer os crimes, o autor tinha a certeza que ficaria impune, uma vez que, segundo as vítimas, o mesmo teria dito que poderiam ir à delegacia pois já havia feito outras filmagens semelhantes e não tinha dado em nada, até aquela data", destacou a promotora Ilda Regina. Ela assegurou que o Ministério Público, ao receber a representação da autoridade policial, adotou todas as providências para a conclusão das investigações e a produção de todas as provas necessárias para o ajuizamento da ação penal.
O suspeito foi indiciado pela prática de estupro de vulnerável em continuidade delitiva, conforme o artigo 217-A, parágrafo 1º, c/c artigo 71, do Código Penal.
O parecer do MPAL enfatiza que "há nos autos fundados elementos que indicam a periculosidade do indiciado e demonstram a reiteração criminosa, o que representa uma verdadeira ameaça à população feminina do município, bem como impõe riscos às vítimas".