Em Meio à Paralisação dos Professores, Dantas Curte Europa e Articula Cargo em Brasília

23/05/2025 09:48 | Texto de:


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A paralisação dos trabalhadores da educação da rede estadual de Alagoas chegou ao seu terceiro dia consecutivo, com protestos em frente ao Palácio República dos Palmares, sede do governo estadual. Professores e demais profissionais da educação, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), exigem a revisão do reajuste salarial de 4,83% proposto pelo governador Paulo Dantas (MDB), que a categoria considera insuficiente para repor as perdas salariais acumuladas desde 2021.

De acordo com o Sinteal, o governo impôs o percentual de reajuste sem diálogo prévio, desconsiderando mais de 20 reivindicações apresentadas pelos educadores. Entre as demandas, estão melhores condições de trabalho, valorização profissional e a recomposição de perdas salariais, que, segundo a categoria, já ultrapassam 20% devido à inflação. "Estamos nas ruas porque a educação em Alagoas está sendo tratada com descaso. Queremos respeito e um salário digno", afirmou uma representante do sindicato durante o protesto.

A insatisfação com o governo se intensifica com denúncias feitas pelo ex-deputado Davi Maia (União Brasil). Segundo Maia, o governador Paulo Dantas estaria planejando sua trajetória política para além do governo estadual, com intenções de concorrer à Prefeitura de Maceió em 2028 ou assumir um cargo de ministro em um eventual novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações, que circularam amplamente nas redes sociais, geraram questionamentos sobre o comprometimento de Dantas com a resolução de problemas urgentes do estado, especialmente na área da educação.

A percepção de despriorização da educação é agravada pela atuação discreta do vice-governador Ronaldo Lessa, que tem focado em questões relacionadas às chuvas que afetam Alagoas, sem oferecer respostas concretas às demandas dos trabalhadores da educação. A ausência de uma liderança efetiva no enfrentamento da crise tem sido interpretada como um sinal de desprezo ao papel estratégico da educação para o desenvolvimento do estado.